Destaques Arquivo MPR #10
Um Presidente pela Paz.
Descobrindo a documentação do Presidente Francisco da Costa Gomes, disponível no Arquivo dos Presidentes — MPR, são várias as referências à palavra «paz».
Como este desenho, datado de 1988, revelador «de uma elevada admiração» pelo antigo Presidente da República por parte do seu autor (nome ilegível).
Efetivamente, terminado o mandato, a 14 de julho de 1976, Costa Gomes deu início a uma intensa atividade pública em prol da paz.
Logo a partir de 1977, destaca-se o seu trabalho no Conselho Mundial da Paz, no âmbito do qual participou em diversos encontros, como a Conferência Internacional de Genebra contra a bomba de neutrões (1978) e a Conferência Mundial de Solidariedade com o Mundo Árabe (1979).
Enquanto presidente do Conselho Português para a Paz e Cooperação, fez um périplo pelo Médio Oriente, visitando países como o Líbano, a Líbia ou a Jordânia (1979).
Os anos 1980 também são profícuos: em 1981, torna-se um dos fundadores do Grupo de Generais e Almirantes para a Paz e o Desarmamento; em 1982, é «mestre de cerimónias» da reunião da presidência do Conselho Mundial da Paz, em Lisboa; em 1983, integra a delegação portuguesa que participou na Assembleia pela Paz e Vida contra a Guerra; em 1984, participa na Conferência dos Movimentos pela Paz (Atenas); e em 1986, é distinguido com o galardão de Mensageiro para a Paz, pelo secretário-geral das Nações Unidas, Javier Pérez de Cuéllar.
Anos depois, em 1996, é um dos signatários do «Statement on Nuclear Weapons by International Generals and Admirals», documento subscrito por 60 generais e almirantes reformados, oriundos de 17 países, que advogava o fim das armas nucleares.
Numa entrevista concedida em 1998, justificaria, de certa forma, esta sua opção de vida: «sinto-me português, mas sinto igualmente que tenho responsabilidades para com o mundo» (Costa Gomes, o último marechal, Editorial Notícias).