Destaques Arquivo MPR #11
25 de Abril, três protagonistas.
No 48.º aniversário do 25 de Abril, destacamos uma fotografia à guarda do Arquivo dos Presidentes — MPR, onde se reconhecem os três homens que assumiram a chefia do Estado nos primeiros anos da Democracia portuguesa.
Nela, identificamos Francisco da Costa Gomes, António Ramalho Eanes e António de Spínola, juntos na cerimónia comemorativa da Revolução dos Cravos, que decorreu na Assembleia da República, em 1994.
Na sequência do 25 de Abril, e da inevitável destituição do Presidente Américo Tomás, coube à Junta de Salvação Nacional indicar o nome do Chefe do Estado, até à aprovação da Constituição e da realização das primeiras eleições presidenciais em Democracia.
A escolha recaiu em António de Spínola, que tomou posse a 15 de maio de 1974. O seu mandato terminaria poucos meses depois, a 30 de setembro, quando apresenta a sua demissão, fruto do adensar da situação política e do crescente isolamento das suas opiniões, sobretudo quanto ao destino das ex-colónias.
Sucedeu-lhe Costa Gomes que, apesar do contexto particularmente conturbado, teve um papel decisivo ao garantir a estabilidade possível, bem como a realização de eleições livres e democráticas.
Aprovada a Constituição, a 2 de abril de 1976, pela Assembleia Constituinte, ficou consagrada a eleição do Presidente da República por sufrágio universal, direto e secreto de todos os cidadãos portugueses eleitores, maiores de 18 anos, o que acontecia pela primeira vez na história da República portuguesa.
No dia 27 de junho de 1976, foram, finalmente, às urnas António Ramalho Eanes, José Pinheiro de Azevedo, Octávio Pato e Otelo Saraiva de Carvalho. Ramalho Eanes sairia vencedor com 61,59% dos votos, tornando-se o 16.º Presidente de Portugal e o primeiro eleito pelo então jovem regime democrático.