Destaques Arquivo MPR #34
António José de Almeida, médico de «doenças dos paizes quentes».
António José de Almeida inscreve-se no curso de Medicina da Universidade de Coimbra, no ano letivo de 1889-1890, completando a sua formação em seis anos.
Nos «preparatórios» para curso, que incluíam cadeiras nas faculdades de Matemática e de Filosofia, não terá sido um aluno brilhante. Contrariamente, no decorrer do curso, foram-lhe atribuídos alguns prémios e distinções. Em 1895, após o exame de formatura em Prática Médica Cirúrgica – classificação de 15 valores –, foi passada o diploma pelo então reitor António Augusto Costa Simões.
Depois de terminar o curso de Medicina em Coimbra, foi para São Tomé e Príncipe. Aí fez a sua aprendizagem como médico das roças de cacau e café, entre 1896 e 1903. Diariamente, António José de Almeida calcorreava quilómetros da ilha de São Tomé, realizando visitas médicas às roças. Todas as maleitas atendia, mas as mais comuns eram as chamadas «doenças de países quentes»: o paludismo e outras doenças relacionadas como a disenteria, febre tifoide, pneumonia e tuberculose.
Regressou a Lisboa no verão de 1903 e, pouco depois, partiu em viagem por vários países da Europa. Passeou e descansou, mas sabemos que também dedicou algum tempo a atualizar-se na Medicina.
De volta à capital portuguesa, abriu consultório na Rua do Ouro, transferindo-o, mais tarde, para a Praça Luís de Camões.
A pasta e diploma de formatura do curso de Medicina, bem como um conjunto de outros documentos, podem ser vistos na exposição «António José de Almeida e a “viagem gloriosa” ao Brasil», patente no Palácio Nacional de Belém, até 30 de março de 2024.