Últimas aquisições MPR #11

Poucas pessoas reconhecerão o que é um contador ou talvez pensem mais depressa num homónimo: o contador da água, o contador da eletricidade que existe em todas as casas.

O contador que o Museu da Presidência da República adquiriu para a coleção é bem mais antigo, poderá datar do século XVII ou do século XVIII — é um móvel que servia para guardar, em pequenas gavetas, coisas de valor, como documentos e dinheiro; este, em madeira de pau-santo e castanho, tem 14 gavetas, mas há-os com mais!

Olhamos para este móvel e parece-nos uma caixa, com duas pegas, uma de cada lado — o que torna o seu transporte fácil —, e um tampo muito liso, apenas com uma fechadura em ferro. Quando se abre, o tampo permite escrever, como se fosse uma secretária, e a frente decorada do contador, até aí escondida, revela a sua beleza. Neste exemplar, as muitas gavetas apresentam várias contornos retangulares na madeira clara do espinheiro.

As gavetas visíveis na frente destes móveis nem sempre esgotavam todo o espaço disponível; muitas vezes tinham também os chamados segredos: uma gaveta escondida, uma ranhura dissimulada, um fundo falso.

A arte do mobiliário produziu exemplares muito elaborados, na composição e nos materiais usados. A história dos estilos arruma-os em categorias fáceis, salientando os reinados ou influências estéticas, por isso surgem-nos contadores filipinos, joaninos, marianos, mas também indo-portugueses, italianos, nacionais, entre outros.

Visite o Palácio da Cidadela de Cascais e pergunte pelo contador, nós mostramo-lo no antigo gabinete do Rei D. Carlos.

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Contador fechado. Contador com o tampo aberto. O contador no gabinete de D. Carlos no Palácio da Cidadela de Cascais. O contador no gabinete de D. Carlos no Palácio da Cidadela de Cascais. O contador no gabinete de D. Carlos no Palácio da Cidadela de Cascais.