Últimas aquisições MPR #15

Os retratos fotográficos da Rainha D. Maria Pia e do Rei D. Luís, adquiridos para a coleção do Museu da Presidência da República, têm muito que ver com o Palácio da Cidadela de Cascais.

A partir de 1870, estes monarcas passaram a usar parte dos edifícios da fortaleza de Cascais para uma temporada de férias à beira-mar, como diríamos hoje. Muitas obras, coordenadas pelo arquiteto Joaquim Possidónio da Silva, deram unidade às instalações militares, tornando-as uma única casa: o Palácio — ou Paço — da Cidadela. Porque a tradição se manteve, este Palácio continua a ser a «residência de verão do Presidente da República».

Trata-se de duas fotografias de pequena dimensão, as chamadas carte de visite, formato muito comum ao longo da segunda metade do século XIX. Foram feitas em estúdio, como é mais fácil perceber pelo cenário de fundo do retrato de D. Maria Pia.

Não há qualquer informação no verso dos dois retratos; normalmente, encontramos gravado o nome do fotógrafo ou da casa fotográfica. Terá sido Francisco Augusto Gomes? Sabe-se que foi quem mais fotografou a família real neste período.

O Rei D. Luís, com 25 anos, veste o uniforme de oficial de Marinha, destacando-se a placa ao peito, em forma de estrela, da Ordem Militar da Torre e Espada, de que era seu Grão-Mestre. Igual insígnia foi gravada em ferro no fogão da sala principal do Palácio da Cidadela de Cascais, atualmente aberto ao público.

A jovem Rainha D. Maria Pia, com 16 anos, mãe recente de D. Carlos, usa um vestido axadrezado, padrão muito apreciado na época, com a tão à moda crinolina — uma estrutura interior em metal que mantinha a saia sempre armada; as mais extravagantes chegavam a ter vários metros de diâmetro!

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Retratos fotográficos da Rainha D. Maria Pia e do Rei D. Luís — composição. Retrato fotográfico da Rainha D. Maria Pia, com 16 anos, já mãe do príncipe herdeiro, D. Carlos. Era italiana de nascimento, filha de Vítor Emanuel II, o primeiro Rei da Itália unificada. Nasceu em Turim, em 16 de outubro de 1847. Partiu para o exílio, após a instauração da República, regressando à sua Turim natal. Faleceu no Palácio de Stupinigi — também chamado pavilhão de caça —, nos arredores da cidade, em 5 de julho de 1911. Retrato fotográfico do Rei D. Luís, com 25 anos. Nasceu em Lisboa, no Palácio das Necessidades, em 31 de outubro de 1838, e faleceu no Palácio da Cidadela de Cascais, em 19 de outubro de 1889. Subiu ao trono com 23 anos, depois de ter falecido o Rei D. Pedro V, seu irmão mais velho. Aguarela do Palácio da Cidadela de Cascais feita pela Rainha D. Maria Pia, provavelmente a partir da Praia da Rainha. À esquerda, as três janelas da sala de jantar, seguidas do enorme toldo que cobria a bateria, montado durante a temporada da família real. O primeiro Presidente da República eleito, Manuel de Arriaga, e o seu filho e secretário particular, Roque de Arriaga, na bateria do Palácio da Cidadela de Cascais. O Chefe de Estado viveu aqui durante algum tempo, por conselho médico. Na Monarquia, sobre a estrutura em ferro, montava-se o toldo para a temporada da família real, retratado na aguarela de D. Maria Pia. Berta e Francisco Craveiro Lopes, Presidente da República de 1951 a 1958. No primeiro ano do mandato, viveram no Palácio da Cidadela de Cascais, enquanto corriam as obras de restauro do Palácio de Belém. Os avós e os netos, na bateria, entretanto fechada com o Presidente Óscar Carmona. Este fogão de sala permanece na então chamada Sala de Estado do Palácio da Cidadela de Cascais, fazendo parte da decoração mais antiga encomendada por D. Maria Pia e D. Luís. Em baixo, na boca da lareira, fundido em ferro, encontra-se o escudo da Casa de Bragança, à esquerda, e a cruz da Casa de Saboia, à direita, alusões aos monarcas. Os escudos estão ligados pelo colar da Ordem Militar da Torre e Espada.