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A 4 de agosto de 1988, o Banco de Portugal colocava em circulação uma nota de mil escudos com a efígie de Teófilo Braga. Pertencia à série dedicada a personalidades portuguesas da cultura, política e ciência, onde se incluíam Fernando Pessoa, Antero de Quental, Mouzinho da Silveira e Egas Moniz, desenhada pelo artista plástico Luís Filipe de Abreu.
Teófilo Braga (1843-1924) foi uma destacada figura do Partido Republicano Português e chefiou o Governo Provisório logo após a implantação da República, a 5 de outubro de 1910. Durante esse período (que durou até agosto de 1911), foram tomadas algumas medidas fundadoras do novo regime, como a criação da nova moeda nacional, o escudo, em maio de 1911. No entanto, a homenagem a Teófilo Braga nesta nota de 1000$ faz-se por referência a outra dimensão: a de homem das letras e da cultura, nomeadamente os estudos que dedicou ao período medieval português, que o levaram a coligir romances e cantigas da tradição oral.
O artista Luís Filipe de Abreu representou Teófilo Braga com um livro na mão, remetendo-nos para a sua intensa e variada produção literária com destaque para a monumental História da Literatura Portuguesa publicada entre 1870 e 1918. Os restantes componentes da nota evocam o período medieval: o escudo da Dinastia de Avis, em segundo plano; a rosácea, elemento característico da arquitetura gótica; várias figuras do imaginário medieval e a estilização de um capitel românico.
Esta nota foi retirada de circulação em dezembro de 1997 e prescreveu a 1 de janeiro de 2018, ou seja, a partir desse dia deixou de ser possível trocá-la por euros no Banco de Portugal.
No ano em que se assinala o centenário da morte de Teófilo Braga, que em 1915 ocupou o cargo de Presidente da República, o Museu passa a contar na sua coleção com um exemplar desta nota. Esta peça, e muitas outras, vai integrar a exposição que o MPR está a preparar, em colaboração com a Câmara Municipal de Ponta Delgada, cidade natal de Teófilo Braga, a inaugurar em maio próximo.
ESA