Arrábida / Residência privada
D. Manuel de Portugal construiu o primeiro palácio, virado a sul, ao rio Tejo. Na parte norte, numa cota de terreno mais elevada, construiu algumas celas e uma ermida para os frades franciscanos da serra de Nossa Senhora da Arrábida. Esta prática era frequente na grande nobreza do século XVI: acolher no seu palácio frades de uma Ordem monástica preferida. O topónimo ficou e é, ainda hoje, uma referência no dia-a-dia do Palácio de Belém.
No séc. XIX, durante a permanência dos príncipes D. Carlos e D. Amélia (1886-1889), a configuração da Arrábida foi alterada: acrescentou-se um novo piso para ateliê de pintura de D. Carlos, com grandes janelões, virados a norte, como impunha o cânone da luz naturalista.
Em meados do século XX, com a eleição do Presidente Francisco Craveiro Lopes (1951-1958), a Arrábida foi profundamente reformulada para servir de residência do Presidente e família. O projeto, da autoria do arquiteto Luís Benavente, reconhecido como especialista em recuperação de património histórico, conferiu à residência — designação usada desde então — uma decoração inspirada no tempo de D. Maria I, rainha que muito apreciara a Real Quinta de Belém.
O Presidente António Ramalho Eanes (1976-1986) viveu na residência durante os seus dois mandatos, com a mulher e os dois filhos. Os presidentes seguintes usaram-na de forma irregular, por exemplo, para refeições, na Sala de Jantar, com chefes de Estado em visita a Portugal. Recentemente, devido à pandemia Covid-19, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa usou a residência como morada privada.