Democracia

A 25 de abril de 1974, o Movimento das Forças Armadas (MFA) derrubou o regime político que existia em Portugal há mais de quatro décadas.

Entre as medidas previstas no programa do MFA, encontrava-se a destituição do Presidente da República e do Governo e a extinção de todos os órgãos de soberania do anterior regime. Os poderes foram concentrados na Junta de Salvação Nacional (JSN), a quem coube indicar o nome do Presidente da República até à aprovação de uma nova Constituição e à eleição, por sufrágio direto, do primeiro Chefe do Estado da Democracia.

Entre maio de 1974 e julho de 1976, foram duas as personalidades a desempenhar o cargo por escolha da JSN – António de Spínola e Francisco da Costa Gomes –, num período revolucionário complexo e marcado por profundas tensões entre os diferentes projetos políticos em confronto.

Os acontecimentos do 28 de Setembro de 1974, do 11 de Março de 1975 e do 25 de Novembro de 1975 acabariam por ditar a evolução do processo político. Do primeiro, resultaria a demissão de Spínola. Do segundo, a criação do Conselho da Revolução como órgão de soberania, que tutelava a atuação política do Presidente da República. E do terceiro, a institucionalização e consolidação do regime democrático.

Aprovada a Constituição de 1976, a 2 de abril, Portugal passou a ter um regime semipresidencialista, com um Presidente da República e um Governo, com competências distintas. Ficou ainda consagrada a eleição do Presidente por sufrágio direto, universal e secreto de todos os cidadãos portugueses maiores de 18 anos, o que acontecia pela primeira vez na história da República Portuguesa. A eleição do Presidente da República em 1976 foi um dos momentos mais importantes do processo de consolidação da Democracia portuguesa, da qual saiu vencedor António Ramalho Eanes.

Eleito para um mandato de cinco anos, com uma única reeleição consecutiva, o Presidente podia demitir o Governo, embora necessitasse do parecer favorável do Conselho da Revolução para dissolver a Assembleia.

Em 12 de agosto de 1982, foi aprovada a primeira revisão da Constituição de 1976, após um período de intenso debate. Na nova lei fundamental, o Presidente da República viu diminuído o seu espaço de manobra, desde logo ao ser-lhe condicionada a capacidade de demitir o primeiro-ministro e o Governo. Foi criado o Tribunal Constitucional e extinto o Conselho da Revolução, distribuindo-se por novos órgãos as suas competências enquanto órgão consultivo do Presidente da República.

Com estas alterações, diminuiu-se a carga ideológica da Constituição e procedeu-se a um reequilíbrio dos poderes, onde o Presidente da República se tornou no garante do regular funcionamento das instituições democráticas.

Representante da República, o Presidente é o garante da independência nacional, da unidade do Estado e do regular funcionamento das instituições democráticas. Como poderes próprios, contam-se a nomeação do primeiro-ministro, a demissão do executivo, a dissolução do Parlamento ou a sua convocação extraordinária. Possui ainda a faculdade de promulgar os diplomas legais, podendo aplicar o veto político ou por inconstitucionalidade, ou requerer ao Tribunal Constitucional a apreciação preventiva da constitucionalidade dos diplomas. Finalmente, exerce poderes em conjunto com outros órgãos ou por estes condicionados, como sejam a declaração do estado de sítio ou do estado de emergência, a declaração da guerra ou a feitura da paz, a nomeação e a exoneração dos ministros e secretários de Estado.

O equilíbrio e a interdependência dos poderes constituem as principais marcas da Constituição de 1976. No vértice superior do triângulo institucional, o Presidente da República garante o funcionamento das instituições democráticas e assegura o equilíbrio do sistema.

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O Presidente da República, Jorge Sampaio (à esquerda), acompanhado pelo homólogo timorense, Xanana Gusmão (à direita), prestando declarações à comunicação social, por ocasião da visita que efectuou a Timor-Leste, para assistir às celebrações do dia da Independência, que decorreram entre 19 e 20 de maio de 2002 O Presidente da República declara o estado de emergência em resposta à pandemia de COVID-19 O Presidente da República, Francisco da Costa Gomes, discursando a propósito da realização das eleições para a Assembleia Constituinte, que decorreriam no dia seguinte. Marcelo Rebelo de Sousa (à direita, de pé) durante sessão de apresentação da sua candidatura à Presidência da República no Café Santa Cruz António de Spínola na comunicação ao país que reconheceu o direito dos povos à autodeterminação e à independência O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa (à direita) com o cofundador da Web Summit, Paddy Cosgrave, no encerramento da edição de 2017 da Web Summit O Presidente da República, Jorge Sampaio (terceiro a contar da esquerda), acompanhado do Primeiro-Ministro, António Guterres (à esquerda do PR), e do Ministro dos Assuntos Parlamentares, António Costa (à direita), na Expo'98, por ocasião das comemorações do Dia de Portugal Marcelo Rebelo de Sousa (à esquerda) com o Presidente dos Estados Unidos da América, Donald J. Trump (à direita) Em Lisboa, na  Alameda Dom Afonso Henriques, durante o comício de encerramento da campanha eleitoral de Ramalho Eanes (de braços no ar), onde, entre outros, discursaram Raul Rêgo (à esquerda de Eanes, de óculos) e Maria de Jesus Barroso (atrás do general, batendo palmas) Reunião do Conselho de Estado com a participação da Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, de costas, em primeiro plano. Ao fundo, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa António Ramalho Eanes (em ombros, segurando um ramo de flores) durante a campanha para as eleições presidenciais de 1976, as primeiras em Democracia O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa numa aula-debate com alunos da Escola Secundária Pedro Nunes. Na RTP, por ocasião do debate entre os quatro candidatos às eleições presidenciais de 1976, moderado pelo jornalista Joaquim Letria (ao centro, de barba) O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa (ao centro), durante a visita de Estado a Moçambique. Receção no Aeroporto Internacional de Maputo, com grupo de dança tradicional moçambicana O Presidente da República, Jorge Sampaio (à direita), agraciando o escritor José Saramago (ao centro), Prémio Nobel da Literatura 1998, com o Grande-colar da Ordem de Santiago da Espada O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com a chanceler alemã Angela Merkel O Presidente da República, Mário Soares (à frente, à esquerda), com o seu homólogo sul-africano Nelson Mandela (à direita), por ocasião da visita de Estado realizada à África do Sul Marcelo Rebelo de Sousa (à esquerda) com o Presidente da República Popular da China, Xi Jinping (à direita) Jorge Sampaio (de pé) discursa na inauguração da Expo’98, Exposição Universal de Lisboa O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa (ao centro, segurando a taça), com a Seleção Nacional de Futebol, campeã da Europa O candidato à Presidência da República, Jorge Sampaio (ao centro), no Coliseu dos Recreios, saudando os apoiantes, durante a campanha para as eleições presidenciais de 1996 O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa (terceiro a contar da direita), em audiência com líderes das comunidades religiosas em Portugal Jorge Sampaio (ao centro, esticando o braço), cumprimentando cidadãos madeirenses, por ocasião da visita do Presidente da República à Região Autónoma da Madeira O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa (segundo à direita), acompanhado de António Ramalho Eanes (primeiro à esquerda), Jorge Sampaio (segundo à esquerda), Lobo Antunes (ao centro) e Aníbal Cavaco Silva (primeiro à direita), na Sessão de encerramento do Colóquio “António Lobo Antunes: 40 anos de vida literária”. No final a iniciativa, o Presidente da república condecorou o escritor António Lobo Antunes com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade 2019-09-28 O Presidente da República Portuguesa (à frente) discursando nas Organização das Nações Unidas O Presidente da República, Mário Soares (ao centro, de fato verde), acompanhado pelo Primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva (à direita do chefe de Estado português), junto à Fundação Casa de Jorge Amado, por ocasião da III Cimeira Ibero-Americana Visita à Feira do Livro de Lisboa