Mário Soares
Mário Soares foi eleito Presidente da República em 1986. Reeleito em 1991, cessou funções em março de 1996.
O retrato oficial foi encomendado ao pintor Júlio Pomar, em 1992. Eram amigos desde a juventude. Logo em 1947, Pomar retratou Mário Soares; estavam presos em Caxias, por combaterem a Ditadura, e partilhavam a mesma cela.
O Presidente posou apenas uma tarde, em Lisboa. O trabalho, que durou meses, foi realizado no ateliê de Júlio Pomar, em Paris. Trata-se da obra mais invulgar da Galeria dos Retratos. Rompe com a figuração cerimoniosa e tradicional. Nas palavras do artista, ficou a imagem de «um ótimo conversador». Se o retrato abandona o estilo habitual, de pompa e circunstância», não deixa de representar o Presidente com a formal gravata, sentado na Cadeira dos Leões, ícone associado à função Presidencial que não tinha voltado a figurar depois de Bernardino Machado.
Mário Soares gostou do retrato e disse à imprensa: «para já, vai para minha casa; depois se verá». Em 1993, fez parte da exposição «Pomar/Anos 80», que inaugurou no Palácio Galveias, e que, no ano seguinte, foi mostrada em Amarante, no Museu Amadeo de Souza Cardoso.