Francisco Lapa
Francisco Lapa (Manuel Francisco de Almeida e Vasconcelos; Lisboa, 1940 – Paris, 2010)
Filho do pintor Manuel Lapa e da escultora Irene Lapa. Frequentou o curso de Pintura da Escola Nacional de Belas-Artes. Em Abril de 1961 foi preso pela polícia política por distribuir propaganda contra o regime de Salazar; ficou alguns meses na cadeia do Aljube. Fez a recruta e foi mobilizado para Angola em 1962. Tomou a opção de desertar e combinou com um amigo fazê-lo em conjunto. No momento da partida, foi ao cais de embarque de Alcântara, mas o amigo não apareceu. Acabou por passar «a salto» a fronteira com Espanha e atravessou os Pirenéus a pé. Foi para Paris onde viveu toda a sua vida profissional. Aí se dedicou à pintura, ilustração, design gráfico e editorial, principalmente como freelancer, mas também colaborando com agências de publicidade, meio onde alcançou notoriedade. Dizia que a sua maior influência na pintura era a do americano Edward Hopper (1882-1967). Regressou a Portugal depois do 25 de Abril de 1974, mas a sua vida profissional desenvolveu-se sempre em Paris. No curto período que viveu em Lisboa, no ano 1980, pintou o retrato oficial do Presidente António de Spínola para a Galeria, encomenda que tinha sido previamente feita a seu pai, entretanto falecido. Manuel Lapa deixou um esboço delineado a carvão do Marechal Spínola, representando-o a meio corpo. Com os seus diversos trabalhos, Francisco Lapa conheceu, em Paris, a prosperidade e a notoriedade. Acabaria por aí falecer em 2010, sobrevivendo-lhe a viúva, publicista, de nacionalidade francesa.
Retratou o Presidente António de Spínola em 1980.